sexta-feira, 6 de maio de 2011

RESGATE, "TROIKA" e A NÁUSEA

Li o texto do Acordo de Assistência Externa elaborado pela "troika".
Gostei.
Está bem escrito, com linguagem simples e concisa, e com metas. É assim que se faz um programa que se pretende ver realizado.
Além disso, é efectivamente abrangente, cobrindo quase todo o Estado e sectores económicos; e ainda bem. Quer dizer, vai muito além das políticas orçamental e financeira; muito mesmo. Apresenta um vasto leque de medidas, para aplicação nos próximos dois anos, que constituem as reformas estruturais, que muitos acreditaram que foram implementadas nos últimos 6 anos; pois não foram, e só agora poderão vir a ser - e se não forem, a bancarrota está logo ali.
A influência do FMI e da Comissão Europeia neste programa de reformas estruturais é óbvia e segue os princípios liberais aplicados à economia (medidas de microeconomia, para agilizar os mercados), com preocupações sólidas com os mais desfavorecidos, e só com esses. Não há nada de socialista neste programa de assistência externa. E mais uma vez se prova que o socialismo só funciona para gastar; acabando-se o dinheiro, acabou-se o socialismo!
É óbvio que o PCP e o BE se opõem.
O que é extraordinário é ouvir José de Sousa dizer que este é um "bom acordo".
De facto, é um bom acordo para Portugal - mas é tudo o que o PS não quis nem fez desde 1995. Este acordo prova o fracasso de Sousa, em tudo.
Este programa retira a influência governamental dos vários sectores do Estado, reduz os organismos que Sousa e os socialistas criaram (em duplicado com direcções-gerais) para colocar a sua rede de apoiantes e actuar sem controlo do Tribunal de Contas e outros reguladores.
Este programa ataca fortemente as PPP e as empresas públicas (municipais e centrais) cujo número "explodiu" após o DL 558//99 de Sousa Franco; tudo isso é para contrair ou extinguir. Das PPP, dado que é tudo obscuro, o programa exige a realização de uma auditoria exaustiva e imediata, para saber a dimensão do problema e o que fazer. E quanto às energias renováveis, exige-se que a remuneração dos operadores seja reduzida; o êxito que Sousa apregoa das energias renováveis é obtido pagando fortes incentivos aos operadores, que depois os consumidores pagarão.
Este programa exige resultados claros nas reformas da saúde, e da concorrência, entre outros, e num prazo de um a dois anos. (Mas não sei onde leu António Costa que os militares, como "grupo protegido", iam perder privilégios... fica claro que não têm privilégios, porque nada é apontado, além de cortes nas ADM)
Este programa estabelece um ambicioso programa de privatizações, a executar de imediato, e de que o Governo falava mas não executava.
Sousa falou e falou e falou em reformas estruturais. Mas nenhuma das que constam neste programa de assistência externa, bem especificadas e com metas, consta dos programas de Sousa e do PS. E tantos que se acham inteligentes e bem informados acreditam que sim, só porque acreditam em Sousa y sus muchachos.
Sousa tem tiques de ditador, mas é o oposto de Salazar: este respeitava o dinheiro dos contribuintes; Sousa, à boa maneira socialista, gastou o dinheiro que os contribuintes pagaram e que hão-de pagar para brilhar a anunciar e fazer obras. Foi gastar para obter popularidade e poder, sem se preocupar como se paga e se é sustentável a obra que anunciou e inaugurou.
E, claro, este programa de assistência externa, com 34 páginas (metade do PEC4, que tem 90% de palavreado inútil), indica mais cem medidas do que o PEC4 (que nem eram calendarizadas de forma clara).
Haverá muitos que se acham inteligentes e bem informados que vão acreditar que este programa de assistência externa é "basicamente o PEC4". Convinha que lessem apenas os títulos e dessem uma vista de olhos por uma ou duas páginas de cada para compararem. Se forem honestos, não irão atrás da propaganda de Sousa y sus muchachos, e reconhecerão que este é um programa sério - o PEC4 não.
É incontornável atentar nas declarações dos membros da "troika", que desmentiram Sousa y sus muchachos sem margem para equívocos.
Primeiro, de facto, pedir ajuda externa tão tarde foi um erro com graves custos - ao contrário do que Sousa disse. Quem percebe do assunto, há muito que o dizia; mas é agora evidente, e quem quer acreditar em Sousa só o fará por fanatismo.
Segundo, foram elogiados os esforços de colaboração de todas as entidades portuguesas que trabalharam com a "troika"; não tiveram as condutas irresponsáveis que Sousa e o ministro Pereira diziam, com óbvia má-fé e intuito insultuoso.
Há mais. Mas não é preciso mais.
Sousa y sus muchachos são mentirosos.
Sousa y sus muchachos levaram Portugal à bancarrota, e fizeram o que puderam para o ocultar e para que os portugueses não percebessem a verdade. Por isso, Sousa diabolizou o FMI - alguém lhe explicou que o FMI não seria facilmente enganado pelas trafulhices com que mente e engana os portugueses que preferem ser enganados.
Sousa y sus muchachos causaram graves danos a Portugal e a todos os portugueses, até aqueles da sua rede de apoiantes que vão sofrer com este programa de assistência.
Sousa y sus muchachos deviam ser processados pelos danos causados. Provas não faltam.
No mínimo, Sousa y sus muchachos devem ser afastados da vida política portuguesa, logo em 05 de Junho, porque não têm vergonha e não percebem, como Zapatero, que se devem afastar. Mas haverá tantos "podres" ainda escondidos, que não custa imaginar que sintam necessidade de se manter agarrados ao poder e a uma qualquer imunidade - ou a um "tacho" que lhes apareça no estrangeiro, quiçá com o "amigo Vara"!
Que haja um milhão de fanáticos e ingénuos que acreditam num qualquer trafulha bem falante não me surpreende. Mais do que isso, dá-me vontade de abandonar a nacionalidade portuguesa.
Acredito que há muitas pessoas que ainda estão sob o efeito da manipulação mediática permanente, desde logo pelas projecções a que os media chamam sondagens para lhes dar credibilidade; e que adequadas campanhas de informação os farão cair em si até 05 de Junho. Eu assumo o dever patriótico de esclarecer com os factos os ingénuos e manipulados, para afastar, nas urnas, Sousa da vida política portuguesa.
Sousa é o pior pesadelo de Portugal.